quinta-feira, 1 de julho de 2010

Projeto nacional chega à Capital para pintar 71 edifícios e casas em via da Cidade Baixa

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Qual é a cor de Porto Alegre? É a gama de tonalidades do símbolo da Capital, o pôr do sol no Guaíba, com variação do amarelo ao violeta, incluindo os óbvios tons quentes laranjas e vermelhos. O ícone inspirador dá os tons do projeto da Tintas Coral para definir a paleta Tudo de Cor que chega hoje a Porto Alegre para pintar 71 construções de três quarteirões da Rua João Alfredo, no bairro Cidade Baixa.

Aantiga Rua da Margem, formatada no início do século com casas de arquitetura eclética, foi sugestão de 68% da população de internautas e pessoas que se manifestaram a respeito por e-mail e telefone.

– Será um passeio pelo pôr do sol: o projeto começa pelas cores claras, como pastel e bege, nas extremidades, passa por degradês de violetas e amarelos até chegar aos laranjas e vermelhos, no meio, perto do sol – explica a designer de cores Luciana Maya Simões.

A aluna de Arquitetura e Urbanismo no Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter), com 10 anos de experiência na consultoria sobre cores, foi contratada pela Coral para a proposta de recolorir as fachadas de bares, restaurantes, casas e edifícios da Rua João Alfredo.

A responsável pelo trabalho de seleção de tonalidades, aprovado pela Equipe do Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural (EPHAC) de Porto Alegre, portanto, orientado inclusive por registros históricos, propõe tons que façam sentido para a comunidade. Luciana ressalta que uma das residências originais, no centro do conjunto arquitetônico, é a casa atribuída a Lupicínio Rodrigues, onde hoje funciona um bar, no número 285 da João Alfredo. Na residência nasceu o único filho homem compositor, que tem o mesmo nome do pai.

Porto Alegre será pintada pelas cores do projeto até 12 de agosto
Cerca de seis edificações não serão pintadas. Entre essas há prédios revestidos com pastilhas e outro edifício com material de época, o mesmo do viaduto da Avenida Borges de Medeiros, conforme Luciana. Do outro lado da rua, distante mais ou menos uma quadra da casa que teria sido de Lupi, o Museu Joaquim Felizardo, a única construção tombada nesse perímetro eleito, não deverá ser pintado. Uma intervenção dependeria de estudos sobre o material correto a ser empregado no prédio de arquitetura luso-brasileira ou colonial.

Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Salvador (BA), Olinda (PE) e Santarém (PA) já foram coloridos pelo projeto que envolve áreas significativas para a cidade e em condições degradadas na conservação das fachadas.
Agora é a vez do Rio Grande do Sul, o sexto Estado a ser contemplado pelo projeto.
Para o treinamento de pintores locais, a Coral conta com a parceria do Senai. Em Porto Alegre, oito pintores serão da cidade, mais cinco profissionais vindos de Recife, que trabalharam no Tudo de Cor para Olinda, e outros quatro do Rio de Janeiro.

– Levar cor para a vida das pessoas é o objetivo do projeto – arremata o coordenador Marcelo Abreu, gerente de relacionamento da Coral, do grupo Akzo Nobel.
Pelas experiências anteriores, a ação motiva a população a tomar iniciativa de pintar as suas próprias casas no entorno da zona beneficiada pela pintura.

Saiba mais
- O que: Projeto Tudo de Cor para Porto Alegre

- Onde: na Rua João Alfredo, entre as ruas República e Joaquim Nabuco, em 71 edificações

- Como: 15 pintores vão colorir 4,1 mil metros quadrados de fachadas com 1,8 mil litros de tintas acrílica, esmalte e verniz de 12 cores que gerarão 66 tonalidades

- Quando: a obra deve começar hoje, a partir da aprovação das cores em reunião com os moradores, e a conclusão está prevista para 12 de agosto

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